Entenda melhor o significado da Computação Social, que por meio da união da ciência e sociedade está transformando a nossa compreensão sobre as interações humanas.

Com o avanço popular do uso das Redes Sociais, e da facilidade da dita Web 2.0, cria-se o conceito da Computação Social (Social Computing).

Estudada em Harvard (CRCS) assim também na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), por meio do seu Grupo de Pesquisas em Inteligência Artificial – GPIA

Afinal de Contas, O Que é Computação Social?

Computação social é um campo de pesquisa e estudo que envolve a interação entre tecnologia da informação e sociedade.

Essa área busca entender como as redes sociais e outras tecnologias digitais afetam a vida das pessoas e como elas podem ser usadas para melhorar a comunicação, a colaboração e a participação cívica.

Afirma-se que é tão ampla a definição de Computação Social que a mesma poderia ser considerada interdisciplinar, multidisciplinar ou mesmo transdisciplinar.

Algumas das disciplinas que teriam impacto direto com este termo, seriam aquelas envolvidas com a tecnologia, como por exemplo:

Ciência da Computação, Inteligência Artificial e Tecnologias da Informação como também as Redes de Computadores.

Mas, também contribuem em seu escopo a: Sociologia, Educação, Comunicação, Economia, Administração, Psicologia, Ciência Política e outras áreas.

Computação Social

Podemos dizer que a COMPUTAÇÃO SOCIAL é uma área da ciência da computação que se preocupa com a intersecção do comportamento social e dos sistemas computacionais.

Assim, blogs, e-mail, mensagens instantâneas, serviços de rede social, wikis e outras instâncias chamadas de software social, ilustram bem a ideia de computação social.

Além disso, também é estudado a forma como as tecnologias digitais podem ser usadas para resolver problemas sociais, como a desigualdade, a pobreza e o acesso limitado à informação.

Crescimento Cada vez Maior da Computação Social

A Computação Social é considerada, assim como a TI Verde, a Computação em Nuvem e mesmo a Virtualização, como uma das tecnologias mais promissoras.

A Gartner considera a Computação Social como uma consequência da mudança na postura dos trabalhadores e com forte tendência de crescimento.

Foi criado redes de compartilhamento e softwares sociais, buscando promover a cidadania, a inclusão digital, a informática social, abrangendo cada vez mais os diversos fundamentos.

Estes são modelos dentro da Ciência da Computação, Inteligência Artificial e das Tecnologias da Informação para permitir e facilitar seu uso nas rotinas sociais.

Uma das definições da Computação Social utilizada na indústria da informática, como a IBM, é sobre pesquisar e construir softwares para as pessoas terem uma vida social mais conectada.

No entanto, essa definição também é interpretada tendo, como fator principal, o desenvolvimento tecnológico a partir de uma perspectiva social.

Em resumo, a computação social reflete o pensamento participativo da web 2.0, transitando pela web 3.0 voltada para a conectividade, interatividade e colaboração social.

Computação nas Redes Sociais

Um estudo feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro analisou que existe uma aumento significativo de produtividade quando é usado a computação social.

Existe uma correlação positiva entre as métricas sociais e as métricas de produção científica, concluíram que pesquisadores que têm mais conexões e colaborações sociais tendem a produzir mais e melhor.

O que é Computação Ubíqua ou Pervasiva?

No excelente trabalho de Luiz Palazzo, ainda encontra-se que a Computação Social tem um relacionamento com a Computação Ubíqua ou Pervasiva.

A Computação Ubíqua refere-se à visão de um ambiente em que a computação está presente em todos os lugares e em todos os momentos.

Nesse paradigma, os dispositivos tecnológicos estão presentes de diferentes formas, como sensores, atuadores e dispositivos móveis, criando uma infraestrutura que permeia o ambiente e toda sociedade.

A computação pervasiva se refere a espalhar ou infiltrar a informática na vida e cotidiano das pessoas, se tornando onipresente de forma visível ou invisível, em todos lugares.

Isso pode incluir dispositivos como smartphones, relógios inteligentes, sensores ambientais e até mesmo objetos domésticos conectados à Internet das Coisas (IoT).

O objetivo é que a tecnologia esteja disponível de forma imperceptível, adaptando-se às necessidades do usuário e proporcionando serviços e informações relevantes de maneira discreta.

Neste importante trabalho de Luiz Palazzo, com o tema “Computação Ubíqua, Tecnologia Sem Limites” temos esta imagem super ilustrativa a respeito das possibilidades da Computação Social:

Para Entender a Computação Social
Fonte: “Para Entender a Computação Social” (Luiz A M Palazzo)

No início do meu Doutorado no ITA, em São José dos Campos, tive a oportunidade de explorar um pouco mais desses importantes conceitos com o saudoso Prof. Dr. Felipe Alfonso de Almeida.

Esse querido professor é que introduziu o estudo e a disciplina da Computação Social no ITA.

A Computação Social na Educação

A Computação Social pode ser uma ferramenta valiosa na Educação, permitindo que os alunos tenham acesso a conteúdos e materiais educacionais de forma mais interativa e dinâmica.

Além disso, a Computação Social pode ser utilizada para criar ambientes virtuais de aprendizagem, onde os alunos podem colaborar em projetos, compartilhar informações e discutir ideias.

Algumas das aplicações da Computação Social na Educação incluem:

  • Plataformas de aprendizagem online, como o Moodle e o Canvas, que permitem que os professores criem cursos e atividades interativas para seus alunos.
  • Jogos educativos que incentivam o aprendizado e a resolução de problemas, alguns alunos tem gostado dos seguintes Jogos Educativos.
  • Ferramentas de colaboração, como o Google Docs e o Trello, que permitem que os alunos trabalhem juntos em projetos e apresentações.

A Computação Social e a Sabedoria das Multidões

A computação social tem a ver com as diferentes opiniões que levam muitas vezes a um pensamento ou conceito acertado, por meio de um grupo variado de pessoas.

Esta ideia foi popularizada no livro de James Surowiecki, “A Sabedoria das Multidões” (em inglês, “The Wisdom of Crowds”).

Sabedoria das Multidões

A Sabedoria das Multidões mostra que “as melhores decisões coletivas são produtos de desacordos e contendas e não de consenso e compromisso”.

Com clareza e erudição, James Surowiecki atravessa temas diversos como cultura popular, psicologia, biologia, fundamentos econômicos e inteligência artificial.

“Sob as circunstâncias corretas, os grupos são notavelmente mais inteligentes e frequentemente mais espertos do que a pessoa mais esperta do grupo”.

Isso justifica por que as massas são normalmente mais sábias, dando origem ao funcionamento dos mercados e da computação social.

Exemplos de computação social neste sentido incluem leilões online, mercados de previsão, sistemas de reputação, jogos colaborativos em rede, etc.

Porém o autor mostra que nem sempre a opinião do povo é “a voz de Deus”. As vezes as multidões podem ser manipuladas ou de forma centralizada, seguem um líder ou simplesmente seguem a maioria.

É importante que as opiniões sejam independentes e livres de qualquer influência, munidos de bastante informação sobre o assunto.

A Computação Social e a Inteligência Artificial

A computação social e a inteligência artificial (IA) estão interconectadas e têm uma relação mútua.

Através da IA, é possível extrair insights valiosos dos dados sociais, compreender as interações sociais e prever tendências.

Por outro lado, a computação social também influencia a IA. Ela fornece dados sociais para treinar e aprimorar modelos de IA.

Juntas, a computação social e a IA promovem uma compreensão mais profunda dos fenômenos sociais e impulsionam o desenvolvimento de sistemas inteligentes capazes de interagir e se adaptar ao comportamento humano.

Um dos criadores da Inteligência Artificial como a conhecemos hoje mostra como a revolução das máquinas nos tornará ainda mais humanos.

O livro “Inteligência Artificial” de Kai-Fu Lee é a nossa recomendação de livro, para entender mais a fundo a aplicação da Computação Social.

Inteligência Artificial

Kai-Fu Lee já foi presidente da Google China e é considerado um dos maiores especialistas em inovação tecnológica no mundo.

Em Inteligência artificial, ele explica tanto para leitores leigos quanto para aqueles que já dominam o assunto, expondo quais são as mudanças que podemos esperar nos próximos anos.

Apesar de muitos especialistas afirmarem que a IA irá acabar com muitas das profissões que existem, o autor argumenta que a IA apenas mudará a forma como trabalhamos.

As máquinas, aplicativos e softwares tornarão as jornadas de trabalho menores e aumentarão a geração de renda, fazendo com que as pessoas tenham cada vez mais tempo.

De forma emocionante, Kai-Fu Lee conta como o diagnóstico de um câncer em estágio avançado fez com que ele repensasse sua relação com o trabalho e o próprio rumo da inteligência artificial.

Hoje ele procura usar a computação social para resolver alguns dos maiores problemas que assolam a sociedade, como a miséria, a desigualdade e a dificuldade de acesso à educação.

Conclusão

Outra indicação interessante é o livro que aborda a computação social por meio de relatos pessoais: “Vivendo esse Mundo Digital: Impactos na Saúde, na Educação e nos Comportamentos Sociais“.

Vivendo Esse Mundo Digital


A cada dia passamos mais tempo conectados, seja via computador, celular ou outros dispositivos semelhantes.

Qual o impacto da computação social em nossas vidas, em nossa saúde e nas relações sociais que estabelecemos?

Este livro reúne profissionais de diversos campos de atividades que buscam responder a essa questão sob diferentes pontos de vista.

Em resumo, o conceito de computação social surgiu da necessidade de aplicar a computação e a análise de dados para entender e melhorar os aspectos sociais e comportamentais das interações humanas.